24.09.2025

Com foco nos riscos do desmatamento da Mata Atlântica, Promotora de Justiça do MPSC apresenta artigo em evento nacional

Apresentado no ENANPPAS 2025, estudo destaca que mudanças na Lei da Mata Atlântica fragilizam o bioma e comprometem as metas climáticas do Brasil.

A Promotora de Justiça Fernanda de Ávila Moukarzel, com a Advogada Monique Lambert de Faria, apresentou, no Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade (ENANPPAS 2025), na USP, em São Paulo, um artigo científico que analisa os impactos do Projeto de Lei n. 2.159/2021 (Lei Geral do Licenciamento Ambiental) na proteção da Mata Atlântica e nas mudanças climáticas.

O estudo foi inscrito na área temática de Aspectos críticos, oportunidades e desafios para o enfrentamento da crise climática. O artigo destaca que o Projeto de Lei facilita o desmatamento, contraria princípios do não retrocesso e desenvolvimento sustentável e compromete o cumprimento das metas climáticas do Brasil.

Atualmente, a Lei da Mata Atlântica prevê a necessidade de dupla autorização de órgãos ambientais para supressão da vegetação nativa. No entanto, o Projeto de Lei retira a necessidade de atuação de órgãos estaduais e permite que os municípios autorizem a supressão.

Assim, o artigo sustenta que a alteração da Lei da Mata Atlântica enfraquece a proteção constitucional do bioma e abre espaço para decisões locais vulneráveis a pressões políticas e econômicas.

A pesquisa aponta que a Mata Atlântica cobre 15% do território nacional, em uma área que concentra 72% da população brasileira e 80% do Produto Interno Bruto. No entanto, apenas 24% da floresta original permanece. Além disso, o desmatamento é responsável por 61% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa, o que torna a preservação do bioma essencial para a estabilidade climática.

Por fim, o estudo conclui que a proteção da Mata Atlântica é fundamental para conter o desmatamento e reduzir emissões de gases de efeito estufa. Dessa forma, a aprovação do projeto de lei representa uma ameaça à integridade do bioma e à proteção constitucional do meio ambiente. O estudo ainda aponta que o Brasil deve honrar os compromissos firmados e garantir o mínimo existencial para as gerações presentes e futuras.




Fonte: 
Coordenadoria de Comunicação Social