21.09.2007

Crime organizado é capaz de abalar a economia de qualquer país, alerta palestrante Denilson Feitoza

Não há dados consolidados, mas as estimativas colhidas pelo Procurador de Justiça Denilson Feitoza Pacheco demonstram que o crime organizado tem, hoje, participação expressiva na economia mundial. "Os recursos que transitam no mundo do tráfico de drogas, de pessoas e da pirataria, são capazes de influenciar na economia de vários países, até na economia dos Estados Unidos", alertou em palestra no dia 13 de setembro.

Não há dados consolidados, mas as estimativas colhidas pelo Procurador de Justiça Denilson Feitoza Pacheco demonstram que o crime organizado tem, hoje, participação expressiva na economia mundial. "Os recursos que transitam no mundo do tráfico de drogas, de pessoas e da pirataria, são capazes de influenciar na economia de vários países, até na economia dos Estados Unidos", alertou em sua palestra "O Ministério Público, Combate às Organizações Criminosas e Atividade de Inteligência Criminal", proferida no dia 13 de setembro, na abertura do seminário "Crime Organizado e Ministério Público: estratégias de combate".

Na América do Norte, por exemplo, sabe-se que 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do México corresponde ao crime organizado, segundo informou o palestrante. "E o Brasil está completamente inserido neste contexto", complementou. Ex-Secretário-Geral do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), Feitoza participou de sua criação e estruturação. Ele integra o Ministério Público de Minas Gerais, coordena grupos que atuam com Inteligência e Tecnologia da Informação nos Ministérios Públicos, coordena uma pós-graduação em Inteligência do Estado e Inteligência em Segurança Pública, e é autor de livros sobre o tema. Sua palestra foi apresentada pelo Coordenador-Geral do Centro de Apoio Operacional Criminal do MPSC, Procurador de Justiça Robison Westphal.

"As organizações criminosas seguem a lógica da complexidade, e não da simplicidade. Elas se interligam a outras organizações e a instituições públicas", disse Feitoza. É por isso que ele instruiu os participantes do seminário a ampliar os conhecimentos adquiridos na carreira jurídica, para uma atuação mais ampla possível e de forma conjunta, lançando mão de sistemas de gestão da informação e utilizando métodos, técnicas e ferramentas adequados para lidar com as informações necessárias. "É preciso situar as organizações criminosas em toda a sua teia concreta de inter-relações", defendeu. Além disso, lembrou que, para combater o crime organizado, é necessário pensar também na repercussão social, especialmente porque este influencia na economia.

Em sua palestra, prestou informações técnicas, discorreu sobre as diversas disciplinas e marcos teóricos que devem ser aplicados conjuntamente ao Direito e falou sobre ferramentas e meios de exercer a inteligência e a contra-inteligência, no âmbito do Ministério Público. Para ele, o Promotor de Justiça atualmente deve pensar o crime organizado de forma preventiva, e não apenas repressiva. E também reunir forças com as Polícias, avaliando o contexto da sociedade e os interesses conflitantes que envolvem o mundo do crime. "A organização econômico-financeira, comercial, tecnológica e política do mundo possibilita a manutenção e/ou surgimento das organizações ciminosas", lembrou.
O seminário prossegue até as 18 horas do dia 14 de setembro, no 1° andar da Procuradoria-Geral de Justiça (Rua Bocaiúva, 1.750, Centro, Florianópolis). É organizado pelo Centro de Apoio Operacional Criminal (CCR) e Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), com apoio da Associação Catarinense do Ministério Público (ACMP).
Fonte: 
Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC