Missão aos EUA e prévia de relatório final do Comseg Escolar são apresentados em reunião do Grupo de Trabalho de Segurança Escolar do MPSC
O Grupo de Trabalho de Segurança Escolar do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) reuniu-se, na manhã desta terça-feira (31/10), para apresentação de detalhes da missão aos Estados Unidos e prévia do relatório final do Comitê de Operações Integradas de Segurança Escolar (Comseg Escolar), instituído pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC) e que conta com a participação do MPSC.
Na abertura da reunião, realizada de forma híbrida, o Procurador-Geral de Justiça, Fábio de Souza Trajano, elogiou a iniciativa da ALESC na criação do Comseg Escolar após o massacre em uma creche em Blumenau. O comitê reúne 30 entidades - entre elas, o Ministério Público, única além da Assembleia com caráter deliberativo. Objetivamos juntar esforços com todas as instruções para buscar as melhores alternativas para enfrentarmos essa situação em Santa Catarina, salientou Trajano.
O chefe do MPSC ressaltou, ainda, que a instituição tem propostas e inciativas já em execução, como o projeto-piloto da Escola Restaurativa, que está sendo implantado com recursos do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL). O projeto busca a resolução pacífica de conflitos no âmbito escolar por meio de uma escuta empática e acolhedora.
Trajano destacou, ainda, a importância do envolvimento da comunidade escolar nas ações desenvolvidas. Precisamos ter todos, professores, alunos, pais, psicólogos, assistentes sociais, enfim, todos que integram a escola, participando para que consigamos avançar e combater este tipo de crime, completou.
Relatório do Comseg Escolar
Na reunião, o Diretor-Geral da ALESC, Alexandre Lencina Fagundes, fez uma apresentação preliminar do relatório final do Comseg Escolar - ainda não concluído. Fagundes relatou a metodologia do trabalho realizado pelo Comseg, iniciado com audiências públicas, passando por formação de grupos temáticos, realização de workshops, inúmeras reuniões e três missões de pesquisa: uma nacional, em São Paulo, e duas internacionais, na Colômbia e nos Estados Unidos.
O relatório trará três grandes entregas: a transformação do Comseg Escolar em um comitê permanente, com gestão da Secretaria de Estado da Educação; a criação do Observatório de Acompanhamento de Segurança Escolar, com Gestão da ALESC; e a criação do Plano Integrado de Gestão de Segurança Escolar, prevendo ações de curto, médio e longo prazo, com cinco macroestratégias: prevenção e mitigação, reparação e resposta, financiamento, recuperação e monitoramento.
Este é um problema de toda sociedade, ele não é só um problema da unidade escolar ou daquele ambiente ou microambiente. Precisamos agir para que daqui a 30 anos a não estejamos discutindo o mesmo problema, disse Fagundes.
O Coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude e Educação (CIJE), Éder Cristiano Viana, considerou que o relatório final será robusto, com muitas propostas, e feito num tempo recorde, considerando que envolveu viagens e uma série de reuniões integrando várias entidades. Discutir e aprofundar os temas é o nosso início do trabalho, que na verdade inaugura a ideia de uma política pública. É um plano de trabalho que se inicia, tem propostas interessantes e que vai amadurecer daqui para a frente, afirmou.
Missão aos EUA
A última atividade do Comseg Escolar, que ainda irá integrar o relatório, foi a missão ao Estados Unidos, que visitou cinco escolas de Atlanta e Washington para ver como os estabelecimentos de diferentes realidades sociais americanas enfrentavam a questão da segurança escolar, conhecendo os protocolos de segurança implementados, além dos programas do departamento de polícia.
Os resultados da viagem foram apresentados pelo Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Paulo Antonio Locatelli, e pelo Coordenador do CyberGaeco, Diego Roberto Barbiero, que integraram a missão aos EUA.
Em comum às escolas americanas, os integrantes do Ministério Público constataram que a interação que há lá entre família, comunidade, corpo docente, alunos e forças de segurança nas escolas proporciona um ambiente de confidencialidade entre os jovens e as autoridades que trabalham diretamente com a prevenção aos ataques.
A visita aos EUA vai ter como desdobramento, ainda, um acordo inédito entre Santa Catarina e a Embaixada Brasileira nos Estados Unidos. A parceria terá o propósito de implementar em Santa Catarina iniciativas que tiveram êxito nos Estados Unidos para a redução da violência escolar e a criação de ambientes acolhedores. O documento será construído com a cooperação da Embaixada Brasileira nos Estados Unidos.
Locatelli apontou que, nas escolas americanas, a presença do policial tem objetivo não apenas de garantir a segurança, mas também o intuito de integração comunitária. Eles conhecem as pessoas, chamam os alunos pelo nome, circulam pelo bairro e visitam as famílias, tudo muito cordial, observou.
Trajano, ao encerrar a reunião, pontuou que o trabalho desenvolvido pelo Comseg Escolar já produziu muito e ainda irá gerar muitos frutos. É um exemplo que pode alcançar outros temas de interesse social em Santa Catarina, demonstrando que as instituições têm uma capacidade de aglutinar forças, e ficamos muito satisfeitos de participar dessa iniciativa, finalizou o Procurador-Geral de Justiça.
Grupo de trabalho do MPSC
Agora, no MPSC, o grupo de trabalho criado pela Procuradoria-Geral de Justiça para desenvolver uma série de estratégias de atuação a fim de reforçar a segurança nas escolas catarinenses irá voltar a se reunir. O grupo, conduzido pela Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, é formado por Promotores de Justiça e irá avaliar as iniciativas conhecidas nos EUA e definir os próximos passos.
Integram o grupo, além do Subprocurador-Geral Paulo Antonio Locatelli, os Coordenadores dos Centros de Apoio Operacional da Saúde Pública (Douglas Roberto Martins), da Infância, Juventude e Educação (Eder Cristiano Viana), e Criminal (Luciana Uller Marin); o Coordenador do CyberGAECO, Diego Roberto Barbiero; a Coordenadora do Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição (NUPIA), Analu Librelato Longo; a Promotora de Justiça Débora Pereira Nicolazzi; os Promotores de Justiça Júlio César Mafra, Marcelo Brito de Araújo, Edisson de Melo Menezes, Bruno Poerschke Vieira e Gláucio José de Souza Alberton; e o Coordenador de Comunicação Social do MPSC, Carlos Rocha dos Santos.
Além dos promotores designados pelo Procurador-Geral de Justiça, o grupo está aberto aos demais membros do Ministério Público catarinense que possam contribuir na discussão do tema, completa Locatelli.
Comseg Escolar
O Comseg Escolar é um grupo formado por mais de 30 entidades e constituído pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc) logo após a tragédia ocorrida em Blumenau, em abril deste ano, e coordenado pelo presidente Mauro de Nadal e pela deputada Paulinha. Além das ações de segurança, o grupo foca em iniciativas pedagógicas e de acompanhamento dos estudantes. O propósito do comitê é criar um ambiente de paz nas escolas e estabelecer políticas de longo prazo que reduzam os casos de violência no ambiente escolar.
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