08.07.2022

MPSC e CRM discutem cenário preocupante no atendimento pediátrico no Estado

Em reunião no gabinete do Procurador-Geral de Justiça, Fernando da Silva Comin, direção do Conselho Regional de Medicina alertou para um possível colapso na emergência do Hospital Infantil de Florianópolis. Os conselheiros também manifestaram preocupação com as filas de espera por cirurgias eletivas no estado. Eles estimam que mais de 150 mil pessoas estariam aguardando por atendimento.
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O Procurador-Geral de Justiça, Fernando da Silva Comin, recebeu na tarde desta sexta-feira (8/7) a direção do Conselho Regional de Medicina (CRM), que expôs preocupação com o caos no atendimento pediátrico no estado, identificando alguns dos problemas e apontando possíveis encaminhamentos. Na reunião, que ocorreu no gabinete do chefe do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o Conselheiro do CRM Marcelo Cruz afirmou que a emergência do Hospital Infantil de Florianópolis está à beira do colapso.

"As crianças que necessitam de atendimento classificado de baixo risco (ambulatorial) estão esperando cerca de 10 horas para serem atendidas na emergência do hospital. Isso é desumano. Já paramos de atender as cirurgias eletivas. Não temos vagas em UTI", afirmou Cruz.

Além disso, o Presidente do CRM, Eduardo Porto Ribeiro, informou que a UPA da Capital não tem triagem para as crianças; elas são atendidas por ordem de chegada. "As crianças esperam até cinco horas para serem atendidas. É grave a situação", alertou.

Outro assunto tratado pelos conselheiros do CRM foi as filas de espera por cirurgias eletivas no estado. Eles estimam que mais de 150 mil pessoas estariam aguardando por atendimento.

O Procurador-Geral de Justiça, Fernando da Silva Comin, externou preocupação e pediu um relatório completo da situação. "O cenário é preocupante e complexo. Temos que caminhar em conjunto para conseguirmos um resultado útil para a sociedade. Temos que ter informações de quem atua na linha de frente com os aspectos técnicos para convencermos os gestores a fazer os ajustes necessários na política pública na área da saúde. Os senhores terão todo o nosso empenho e dedicação", ressaltou.

O Coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos e Terceiro Setor do MPSC, Promotor de Justiça Douglas Martins, também presente na reunião, destacou que o MPSC vem acompanhando de perto a situação em todo o estado. "Estamos acompanhando com preocupação toda essa situação e várias destas temáticas já foram debatidas amplamente, como o fortalecimento à atenção primária. Sabemos que recentemente o Governo do Estado repassou recursos a todos os municípios para contratação de profissionais, o que vem sendo acompanhado pelas Promotorias de Justiça, porém os gestores afirmam dificuldades de encontrar pediatras disponíveis", disse.

Martins também informou que o MPSC está acompanhando as medidas de prevenção de algumas das causas da alta taxa de internação de crianças e adolescentes. "Estamos participando da elaboração de uma estratégia conjunta entre Secretaria de Estado da Saúde, Secretaria de Estado da Educação, União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina (COSEMS/SC) para a melhoria da cobertura vacinal em crianças e adolescentes das vacinas previstas no plano nacional de imunização, o que inclui um programa de vacinação nas escolas", disse.

O Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais do MPSC, Alexandre Estefani; o Coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude e Educação, Promotor de Justiça João Luiz de Carvalho Botega; e o Vice-Presidente da CRM, Marcelo Neves Linhares, também participaram da reunião.

Saiba mais:

https://www.mpsc.mp.br/noticias/provocado-pelo-mpsc-estado-apresenta-planejamento-para-reducao-de-filas-de-espera-para-cirurgias-eletivas

Rádio MPSC

Ouça o MPSC Notícias com o Coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos e Terceiro Setor do MPSC, Promotor de Justiça Douglas Martins, que esteve presente na reunião e fala sobre o que foi acordado.

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Fonte: 
Coordenadoria de Comunicação Social MPSC