MPSC fala sobre importância do meio ambiente, segurança digital em escolas e compliance no Summit Cidades 2023
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) participou do Summit Cidades 2023, o maior evento sobre cidades de Santa Catarina. O Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Paulo Antonio Locatelli, o Coordenador do CyberGAECO, Promotor de Justiça Diego Barbiero, e o major odrigo Schmidt estiveram entre os mais de 150 palestrantes. O Procurador-Geral de Justiça do MPSC, Fábio de Souza Trajano, participou da solenidade de abertura do evento no Centrosul, em Florianópolis.
No primeiro dos três dias de evento, na segunda-feira (26/6), o Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Paulo Antonio Locatelli, falou sobre saneamento básico. Discorreu sobre a atuação do MPSC nas últimas duas décadas, especialmente em relação ao êxito do programa Lixo nosso de cada dia, e sobre as prioridades atuais do programa Saneamento básico.
O programa Lixo nosso de cada dia contribuiu, de forma decisiva, para o encerramento dos lixões em Santa Catarina, antes mesmo da instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n. 12.305/2010). O programa foi lançado pelo MPSC em 30 de janeiro de 2001, em parceria com o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) e a Polícia Militar Ambiental (PMA) e com o apoio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (SDE) e da Federação Catarinense dos Municípios (FECAM).
Locatelli explicou que foram celebrados inúmeros termos de compromisso de ajustamento de conduta (TAC) em todo o território catarinense estabelecendo prazos para a apresentação de projetos de recuperação de áreas degradadas pelos lixões irregulares até então existentes e de destinação adequada dos resíduos sólidos, mediante a instalação de aterros sanitários ou de outros equipamentos ecologicamente adequados, em conformidade com as orientações técnicas e com as licenças do IMA.
O programa Saneamento básico foi estruturado em 2010 para apurar responsabilidades presumidas (quando o investigado tem que comprovar que não foi negligente em suas ações) em função do baixo índice de saneamento básico nos municípios catarinenses e buscar, em ação conjunta e solidária com o poder público e a sociedade civil, a implementação de programas, projetos e ações que revertam esse quadro. Atualmente, as principais prioridades do programa são o esgotamento sanitário e o abastecimento de água potável.
MUDANÇAS CLÍMATICAS
Já na terça-feira (27/6), Locatelli falou sobre as mudanças climáticas na legislação brasileira e a sua interface com o planejamento urbano e a Reurb (Regularização Fundiária Urbana). Não há tema que unirá os povos, as nações e ideologias como as alterações climáticas e as medidas para conter os seus efeitos. Conhecimento, coordenação, cooperação, coexistência e controle são as palavras de ordem para o processo sustentável, disse.
Locatelli explicou as dimensões da sustentabilidade - a ambiental, a econômica, a ética, a social, a tecnológica e a jurídico-política - e ressaltou que há diálogo entre as fontes normativas, bem como que esse intercâmbio é importante para a efetividade da Reurb. 'As normas jurídicas não se excluem, mas se complementam, e o Ministério Público é o órgão curador dessa imensa gama de direitos com elevado interesse social, complementou.
O passivo ambiental e a informalidade das ocupações exigem medidas urgentes e de reordenamento - inclusive quanto aos efeitos das mudanças climáticas, alertou Locatelli, para em seguida falar sobre a urgência da sistematização de métodos, elementos e diretrizes de planejamento urbano que visem contribuir para a efetividade da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC).
Embora tenha sido instituída há mais de 10 anos pela Lei n. 12.187/09, a PNMC ainda não teve seus princípios e objetivos transformados em práticas e ações de governança ambiental, segundo Locatelli. Atualmente, os processos de licenciamento ambiental relacionados à expansão, ao reordenamento e ao desenvolvimento das cidades não avaliam a nível local ou global os impactos climáticos do empreendimento ou atividade. É fundamental definir as diretrizes e métodos a serem incorporados ao processo de autorização ou licenciamento ambiental, defendeu.
Para finalizar, Locatelli citou a Espanha como modelo a ser seguido. A Estratégia Temática Europeia de Meio Ambiente Urbano (ETEMAU), de janeiro de 2006, e a Estratégia Espanhola de Desenvolvimento Sustentável (EEDS), de novembro de 2007, aprofundaram o planejamento em escala local, com a intenção de expandi-lo e aplicá-lo em todos os municípios espanhóis.
A EESUL tem o objetivo de estabelecer parâmetros de aplicação efetiva da sustentabilidade urbana e local adaptados ao ordenamento jurídico espanhol.
No painel Segurança digital no ambiente escolar, dois integrantes do Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos ( CyberGAECO) do MPSC participaram do debate. O Coordenador do CyberGAECO, Promotor de Justiça Diego Roberto Barbiero, e o major Rodrigo Schmidt falaram sobre a necessidade de desmistificar o ambiente da internet, especialmente a deep web e a dark web, e sobre a importância de entender como funciona a mente dos jovens.
Temos que pensar no futuro sem se desconectar do passado. As novas tecnologias ajudam nas investigações e na tomada de decisão, mas nada supera o poder da mente humana em analisar os comportamentos, as feições e as atitudes dos adolescentes, complementou Barbiero.
Para os integrantes do CyberGAECO, a segurança escolar deve ser algo transversal, que passa por todos os profissionais de educação e de segurança. Todos agindo conjuntamente podem trazer um ambiente de tranquilidade para as nossas escolas, complementaram.
O CyberGAECO é uma força-tarefa especializada formada por integrantes do MPSC, da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Penal e do Bombeiro Militar. O grupo tem buscado identificar os autores de ameaças e mensagens que circulam no ambiente digital, em fóruns privados e em aplicativos de comunicação. Também investiga, previne e reprime ilícitos planejados ou executados em ambiente virtual.
Complice, ESG e Tecnologia
Nesta quarta-feira (28/6), o Promotor de Justiça Henrique da Rosa Ziesemer, titular da 7ª Promotoria de Justiça da Comarca de Palhoça, falou sobre Compliance, ESG e Tecnologia. Ziesemer integrou o painel do Congresso de Licitações Municipais. Compliance no setor público é imprescindível para uma gestão eficiente e com bons resultados para os cidadãos.
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