A Câmara de Vereadores da cidade de Irani, Meio Oeste do Estado, realizou Sessão Solene na tarde desta terça-feira, 22 de outubro, para concessão de Título de Honra ao Mérito e de Cidadão Iraniense a pessoas que prestaram relevantes serviços ao município, especialmente no registro histórico da Guerra do Contestado.

O trabalho do Ministério Público de Santa Catarina e do seu Memorial, por conta da realização do Seminário Nacional 100 Anos da Guerra do Contestado e pela edição da obra "Memórias do General Vieira da Rosa", foi reconhecido com a outorga de Título de Cidadão Iraniense entregue ao Procurador-Geral de Justiça, Lio Marcos Marin, à Diretora do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), Promotora de Justiça Helen Crystine Corrêa Sanches e ao Consultor do Memorial, Gunter Axt.

O Seminário Nacional realizado em 2012, em registro ao centenário da guerra, será reproduzido na obra 100 anos do Contestado: memória, história e patrimônio, a ser lançada ainda em 2013, com as palestras ministradas no evento que foram transcritas pelo Memorial, contribuindo para a reflexão dos desdobramentos atuais do conflito. Dessa forma, a instituição cumpre com seu papel para o registro da história catarinense, como ação estratégica do Memorial, no âmbito da série editoral Memória Viva de Santa Catarina.

O evento foi realizado no Dia do Caboclo, dedicado à memória dos caboclos da região que participaram do Combate do Irani, durante a Guerra do Contestado, ocorrido em 22 de outubro de 1912. Ao longo do dia, a programação do evento contou com apresentações culturais dos alunos na Escola Básica Municipal Sebastião R. de Souza e no Memorial do Contestado, coordenado pelo músico, folclorista e historiador Vicente Telles e seu filho, também músico, Vicente Telles Júnior.

"A homenagem e a honraria concedida ao Ministério Público catarinense pelo município de Irani reforçam o compromisso da instituição com o resgate e a preservação da memória e da história do Estado. Mais além, reafirma a missão institucional com a concretização dos direitos fundamentais da população da região que vivenciou o conflito, cujos efeitos repercutem até os dias atuais, para garantia do desenvolvimento, da educação e da própria cidadania", afirma Helen Sanches.

"Compreendi a distinção que nos foi concedida como um gesto de agradecimento por termos reconhecido no Seminário Nacional 100 Anos da Guerra do Contestado, por meio do debate sobre as formas assumidas pela cidadania no passado, esse grito de pertencimento identitário de uma comunidade. Conhecer Irani, em data tão especial, foi uma grande lição de memória e de cidadania", conta Gunter Axt.