09.09.2015

Presídio de Tijucas deverá passar por reformas urgentes

A pedido do MPSC, o Presídio de Tijucas será restaurado após ser identificada diversas irregularidades apontadas em laudos do Corpo de Bombeiros, da Vigilância Sanitária e de Engenharia.
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Foi deferida, em 2º Grau, conforme requerido pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), a completa recuperação da estrutura física Presídio de Tijucas. O objetivo das reformas e adequações é sanar as irregularidades apontadas por laudos técnicos do Corpo de Bombeiros, da Vigilncia Sanitária e de Engenharia.

Na visão do Ministério Público, a estrutura precária do prédio, a falta de sistema preventivo de incêndio e a inobservncia das normas sanitárias, aliadas à superpopulação carcerária, representam risco à segurança, colocam em risco a integridade física dos internos e servidores do estabelecimento e ferem normas da Lei de Execução Penal.

Os laudos, requeridos ao órgãos de fiscalização pelo MPSC em inquérito civil público, apontaram problemas considerados críticos e consideraram iminente a possibilidade de uma tragédia ou uma fuga em massa (veja quadro abaixo).

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Após tratativas infrutíferas com a Secretaria de Justiça e Cidadania para correção dos problemas extrajudicialmente, o Ministério Público, através da 1ª e 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Tijucas, ajuizou ação civil pública com o objetivo de obrigar o Estado de Santa Catarina a promover obras de recuperação da estrutura física, instalação de sistema preventivo de incêndio e adequação do prédio às normas de vigilncia sanitária.

A ação tem por objeto, ainda, a desocupação total do prédio ou a interdição parcial para evitar o aumento da população carcerária: em levantamento realizado em julho de 2015, foi registrada uma ocupação de 326 pessoas presas, enquanto a capacidade do presídio é de 120 internos.

O pedido liminar foi deferido apenas em parte pelo Juízo de 1º grau, que determinou ao Estado apenas a instalação de sistema preventivo de incêndio no prazo de 180 dias, fixando multa semanal de R$ 1 mil ao Secretário de Estado da Justiça e Cidadania. Porém, o Ministério Público considerou a determinação insuficiente para resolver os problemas do presídio com a devida urgência e recorreu da decisão ao Tribunal de Justiça.

Em decisão monocrática proferida pela Desembargadora Cláudia Lambert de Faria em recurso de agravo de instrumento interposto pelo Ministério Público, o Tribunal de Justiça determinou também ao Estado de Santa Catarina o saneamento das irregularidades apontadas pela Vigilncia Sanitária e a recuperação da estrutura do Presídio, mediante projeto técnico, no prazo de 120 dias. O pedido liminar de interdição parcial será analisado após inspeção judicial agendada para o mês de outubro. A decisão é passível de recurso. (ACP nº 0900046-74.2015.8.24.0072 / Agravo nº 2015.052787-0)


Veja alguns dos problemas apontados nos laudos

- Não possui sistema ou projeto preventivo contra incêndio;

- Hidrantes sem água e sem mangueiras e inexistência de extintores de incêndio;

- Instalações elétricas e hidráulicas em estado precário;

- Cozinhas totalmente em desacordo com a legislação sanitária, sendo iminente o surto de doenças transmitidas por alimentos;

- Estruturas de concreto armado comprometidas;

- Paredes com materiais que facilitam a confecção de esconderijos para drogas, armas e aparelhos celulares;

- Piso cermico que pode ser facilmente arrancado e transformado em arma;

- Sistema elétrico exposto, ligações sem isolamento e com sinais de incêndio e superaquecimento;

- Tubulação de gás exposta na cozinha, com alto risco de perfuração, vazamento e explosão;

- Estocagem de alimentos sem garantia de condições mínimas sanitárias e de higiene;

- Tubulações de água e esgoto com vazamentos e infiltrações;

- Fossas sanitárias inadequadas;

- Portas de celas e corredores com problemas de fixação e com falta de manutenção, facilitando fugas;

- Falta de garantia de isolamento dos internos.




Fonte: 
Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC