Quando uma instituição preserva a sua memória, torna-se mais próxima da comunidade em que está inserida e ajuda, também, a resgatar a história de uma sociedade. Este é o tema central da edição de setembro do programa Alcance, sobre o Memorial do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que estreou na TV por assinatura neste domingo (11/9) e será exibido mais cinco vezes durante o mês (veja horários das reprises no quadro abaixo). Os entrevistados são a Promotora de Justiça Helen Crystine Corrêa Sanches, diretora do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF) do MPSC e o historiador Gunther Axt, o consultor responsável pela implementação do projeto. O programa também está disponível no YouTube e no portal do MPSC .

Para a promotora Helen, o projeto é essencial para resgatar a identidade institucional do Ministério Público, pensar na gestão do MPSC e manter viva a essência da própria "função ministerial", que é defender os interesses da sociedade. Segundo Gunther, o Memorial é importante porque não se baseia apenas em documentos, mas também na memória das pessoas e em como elas viam e sentiam os acontecimentos da época. "Nessas memórias de vida, há muito da história das cidades, das comarcas, da própria Justiça de um modo geral e com certeza da história do Estado de Santa Catarina", afirma o historiador.

Durante o programa, os convidados trazem à tona informações históricas que poderiam ser apenas curiosidades se não revelassem a evolução do Ministério Público. Por exemplo: até a primeira metade do século passado, nem era preciso ter feito o curso de Direito para ser promotor. Havia o cargo de Promotor Público Adjunto, que poderia ser ocupado por qualquer cidadão nomeado. "Inicialmente a função era exercida por pessoas nomeadas na cidade, então, os relatos dos procuradores-gerais também refletem essa realidade, das dificuldades e de como essa pessoa exercia essas funções, principalmente junto à comunidade", afirma Helen.

Também fica claro, no programa, que a independência do Ministério Público e a autonomia dos Promotores de Justiça foram conquistas recentes na história da Justiça e da Instituição. "Durante muito tempo o Ministério Público foi considerado órgão auxiliar da atividade governamental ou órgão auxiliar do juiz. E esta independência foi construída e conquistada a duras penas, com muita luta e com muito trabalho, isso não foi algo que caiu do céu. Agora, a sociedade entendeu de atribuir ao Ministério Público um mandato em seu nome para a defesa dos seus interesses,"explica o historiador Gunter Axt.

No último bloco, Gunther e Helen Sanches comentam o livro "Histórias de vida", a primeira publicação do Memorial, com os testemunhos de nove Procuradores-Gerais de Justiça e do servidor mais antigo em atividade. O Memorial já conta com um portal próprio, com informações sobre a história da instituição. Em breve, estará disponível também um banco de imagens e fotos. A equipe do projeto está trabalhando para recuperar através de arquivos oficiais, a História da atuação do Ministério Público e das marcas que a instituição deixou na sociedade.